CLARA NUNES

ARTS QA MÚSICA POPULAR

POR MONSIEUR SERIN

CLARA NUNES

Nascida em 12 de agosto de 1942, no município de Paraopeba, Minas Gerais, sétima filha do casal Manuel e Amélia, Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, ou apenas Clara Nunes, cresceu em ambientes humildes. Aos seis anos tornou-se órfã de pais, sendo criada por sua irmã Maria e por seu irmão José. Nessa época, a menina participava de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística, e cantava ladainhas em latim no coro da igreja.

Em 1957 mudou-se para Belo Horizonte, onde trabalhou como tecelã em uma fábrica e, nos finais de semana, participava dos ensaios do coral da igreja, no bairro onde vivia com os irmãos, primos e tios.

Em 1960, já usando o nome de Clara Nunes, começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, deixou o emprego na fábrica de tecidos e também o colégio. Durante três anos consecutivos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais.

Viveu em Belo Horizonte até 1965, quando mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a apresentar-se em vários programas de televisão.

Sua carreira deslanchou nos anos 1970, quando lançou álbuns que se tornariam icônicos na cena musical brasileira. Clara era conhecida por sua voz privilegiada, assim como por sua profunda conexão com a cultura afro-brasileira e suas raízes religiosas, incluindo a umbanda e o candomblé.

Nesse período, Clara Nunes tornou-se a cantora com maior número de discos vendidos no Brasil e derrubou um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.

Dentre suas inúmeras canções que se tornaram populares estão: “Canto das Três Raças”, “O Mar Serenou”, “A Deusa dos Orixás”, “Guerreira”, “Conto de Areia”, “Morena de Angola”, entre muitos outros.

Clara Nunes faleceu, precocemente, em 1983, aos 40 anos, devido a complicações após uma cirurgia.

De seu repertório, selecionei “Canto das três raças” e “Conto de areia” que poderão ser curtidas neste post no Facebook e no blog Arts QA do site Quartier des Arts.