CORA CORALINA
ARTS QA LITERATURA
POR VITOR HUGO
CORA CORALINA
Nascida em Goiás, no ano de 1889, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que se notabilizou com o pseudônimo de Cora Coralina, foi uma poetisa e contista, considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Casou-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas e, em 1911, mudaram-se para São Paulo, onde ele exercia o cargo de Secretário da Segurança, do governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa. Viveram por 45 anos no estado, inicialmente no município de Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos. Em 1924, mudaram-se para a cidade de São Paulo.
Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina. Em 1956, retornou a Goiás
Seu primeiro livro “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, foi publicado em 1965, quando Cora já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência.
Cora conquistou os prêmios Ordem do Mérito Cultural em 2006 e Juca Pato, em 1983.
Faleceu em 1985, em Goiânia, aos 95 anos.
Um dos belos poemas de Cora Coralina:
ANINHA E SUAS PEDRAS
“Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.”
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