Dante e o eterno feminino (sétimo bloco)
ARTS QA, POR CARLOS RUSSO
Dante e o eterno feminino.
Bloco 7/8
Nestes três versos está todo o romance eterno do Amor tal qual se apresenta à mulher: Amor que o coração rapidamente prende a si, Amor que a amado algum dispensa, Amor que a somente juntos a morte pode carregar.
Pois aqueles dois estão “colados” e se amam por toda a Eternidade, não porque estejam danados no Inferno, mas precisamente porque foram condenados por Amor. Eles jamais poderiam estar num etéreo Paraíso, pois somente no Inferno o que é terrestre, dantesco, permanece imutável!
Pois os pecadores de Dante, habitantes do Inferno, conservam as mesmas paixões, impenitentes, embora condenados; carregam todas as suas qualidades e paixões, por isso Francesca amou, ama e amará e não afastará de seu coração esse Paolo.
“...Eterno... martir...sottera...oimé...ne aspeta! Paolo eterno fia Il nostro amoré.”
Eternal amor, eternidade de martírio, o pecado praticado (a traição ao marido ao qual fora forçada a se ligar) o poeta o lança à sombra. O pecado do sexo é o ponto alto da tragédia, mas é um pecado que está entranhado na própria alma dos amantes! E por coexistirem nas almas amor, pecado e culpa, eles não podem se destruir ou excluir. Se destruirmos a consciência do pecado teremos destruído Francesca de Dante!
(Continua na próxima semana)
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