FLORBELA ESPANCA
ARTS QA LITERATURA
POR VITOR HUGO
FLORBELA ESPANCA
A célebre poetisa portuguesa, Florbela Espanca, cujo nome de nascimento era Flor Bela Lobo, nasceu em 1894, em Vila de Viçosa, Alentejo. Nasceu de um relacionamento entre patrão e criada, João Maria Espanca e Antônia da Conceição Lobo. Registrada como filha de pai desconhecido, após o falecimento de sua mãe foi educada por seu pai biológico e por sua esposa, Mariana Espanca. Assim herdou o sobrenome que a tornaria conhecida no universo literário. Embora curta, sua vida foi plena, tumultuada, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos, que a autora transformou em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.
Escreveu poesias, contos, traduziu vários romances e colaborou ao longo da sua vida com revistas e jornais de diversos segmentos. Mas, Florbela era, antes de tudo, poetisa, com seu estilo peculiar, aliando sofrimento e desencanto ao desejo de ser feliz. Foi também, uma das primeiras feministas de Portugal.
Florbela foi casada por duas vezes e não teve filhos.
Faleceu em 1930, em Matosinhos, aos 36 anos de idade.
Publico em seguida, um de seus belíssimos poemas: “A MULHER”
Mulher!
Como és fraca e como és forte!
Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!
Quantas morrem saudosas duma imagem
Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade.
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!”
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