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HERMAN BROCH: A MORTE DE VIRGÍLIO - Parte 04/04

ARTS QA LITERATURA CLÁSSICA

POR CARLOS RUSSO

HERMAN BROCH – A MORTE DE VIRGÍLIO

(Parte 04/04)

A agonia como personagem nos transporta à sobreposição de mundos reais ou fantasiados, que só a morte verdadeira poderá revelar. Assim, no cortejo final do poeta é descrito:

“A realidade espera-te», disse Lysâneas.

A “Profecia”, mais de vinte anos do nascer de Cristo.

A “profecia” em torno da estrela de Belém, mencionada várias vezes, nos deixa confusos sobre se esta realidade é ou não é a mesma que deixa o poeta sem saber o que está estabelecido para além da sua própria falta ou se é a esperança de que algo vai se contrapor ao estabelecido.

Como observa George Steiner, por muito tempo, “Virgílio foi conhecido como um mágico e prognosticador sibilino na Itália Medieval. Suas profecias foram estudadas a fundo por pensadores cristãos e não é por acaso que ele é o guia de Dante na “Comédia”, dada sua aura de iluminação profética e de aceitação do mundo cristão”.

Encontramos tantos significados a cada leitura deste livro! Este é um daqueles raros que podemos ler e reler ao longo da vida e mesmo assim sempre encontraremos algo não visto ou percebido.

“A descoberta do divino através do conhecimento introspectivo da própria alma é a tarefa humana da arte, a sua tarefa em favor da humanidade, a sua tarefa de conhecimento, e justamente por isso, a sua razão de ser, demonstrada através da proximidade da morte, porque só nessa proximidade se pode tornar verdadeira arte, assim se desdobrando num símbolo da alma humana”.

Quem se habilita a penetrar no maravilhoso e tenebroso mundo que constitui nossa própria alma?

“A MORTE DE VIRGÍLIO” aguarda a todos com os braços abertos.

Grande abraço a todos.

(FINAL)



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