MANUEL BANDEIRA
ARTS QA LITERATURA
POR VITOR HUGO
MANUEL BANDEIRA
Escritor, professor, crítico de arte e historiador literário brasileiro, Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 1886, em Recife.
Aos dez anos de idade mudou-se para o Rio de Janeiro onde estudou no Colégio Pedro II entre os anos de 1897 a 1902. Mais tarde, formou-se em Letras.
Em 1903, começou a estudar Arquitetura na Faculdade Politécnica de São Paulo. Devido ao fato de ter contraído tuberculose abandonou o curso e procurou curar-se em Minas Gerais, Rio de Janeiro e por fim, Suíça.
Retornou ao Brasil, em 1914 e passou a dedicar-se à sua verdadeira paixão: a literatura. Durante anos de trabalhos publicados em periódicos, publicou seu primeiro livro de poesias “A Cinza das Horas”, em 1917.
Bandeira fez parte da primeira geração modernista no Brasil, com uma obra repleta a de lirismo poético, adepto do verso livre, da língua coloquial, da irreverência e da liberdade criadora. Os principais temas explorados pelo escritor são o cotidiano e a melancolia.
Faleceu em 1968, no Rio de Janeiro, deixando uma das maiores obras poéticas da moderna literatura brasileira, dentre poesias, prosas, antologias e traduções.
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA (TRECHO)
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa dementeio.
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