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Marie Dechamps de Delacroix - "Estátua da Liberdade" de Flaubert Bloco 02/03

ARTS QA - LITERATURA


POR CARLOS RUSSO





Bloco 02/03


Balzac, em seu tempo, também foi um apaixonado pela figura de Marie, deleitou-se com seu esplendor de camponesa, a pele morena curtida pelo trabalho e pelo sol, tão ardente e verdadeira quanto a imagem dos franceses que lutam e caem ao seu passar. Tocou-o o orgulho e até mesmo a insolência de sua independência, “um contraponto perfeito às mulheres acomodadas a seus afazeres domésticos”.


Marie Deschamps é filha da tomada da Bastilha, é o povo que, depois da Revolução de 1789, seguiu as aventuras imperialistas de Napoleão Bonaparte. Acontece que Napoleão e os franceses foram derrotados. A França, submetida novamente ao absolutismo da realeza, retornava à luta para vencer na Revolução de Julho de 1930.


Marie é bela, nua, ardente, sua faixa tricolor simboliza a liberdade que a conduz. O barrete frígio ao vento, que lhe encobre parcialmente os cabelos, tem um sentido: os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, aqueles mesmos de 1789, ainda não morreram e jamais perecerão.


“A Liberdade guiando o Povo” após ser exposta no Salão de 1831, teve que procurar abrigo na clandestinidade, porque novamente os reacionários retomaram as rédeas do poder e a monarquia, dita “constitucional”, de Luís Felipe, igualmente, a temia. Somente pôde refletir a luz da aurora dezesseis anos após, em 1848, quando o bravo povo francês retornou à luta nas barricadas.


Vitorioso, o povo parisiense realiza uma nova Revolução e instaura a Segunda República.


(Continua na próxima semana)

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