O extraordinário poeta da Vila
ARTS QA - POR MONSIEUR SERIN
ENCANTOS DA MÚSICA POPULAR
NOEL ROSA: O EXTRAORDINÁRIO POETA DA VILA
Noel de Medeiros Rosa é um dos mais importantes compositores de todos os tempos da música popular brasileira. Nasceu em 1910, no bairro carioca de Vila Isabel, filho do mineiro Manuel Rosa e da carioca Marta Azevedo. Além do parto difícil e complicado no qual foi necessário o uso de fórceps pelo médico obstetra, Noel nasceu com desenvolvimento limitado da mandíbula, o que lhe marcou as feições por toda a vida e ressaltou sua fisionomia (quase sem queixo).
De família de classe média, estudou no tradicional Colégio São Bento, onde, embora extremamente inteligente, não era aplicado nos estudos.
Na adolescência aprendeu a tocar bandolim de ouvido e se apaixonou pela música. Em seguida passou a tocar violão, tornando-se, muito jovem, uma figura conhecida da boemia carioca. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar murchou diante da boêmia. Integrou vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de ilustres figuras do mundo da música, como João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.
Em 1929, compôs e gravou Noel Minha Viola e Festa no Céu, suas primeiras composições. Em 1930 lançou o samba “Com que roupa?”, um enorme sucesso que se tornou um clássico do cancioneiro brasileiro. Esta bem-humorada canção nasceu de um episódio em que Noel queria sair com os amigos, mas sua mãe não deixou e escondeu suas roupas. Ele, então, com pressa, perguntou: "Com que roupa eu vou?”
Noel foi protagonista de uma inusitada polêmica com Wilson Batista, na qual “debateram” através de sambas agressivos e bem-humorados, que resultaram em criações extraordinárias para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz”.
Noel teve várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com a sergipana Lindaura Martins, mas era completamente apaixonado por Ceci, prostituta do cabaré, sua amante por muito tempo e para quem escreveu e fez sucesso com a canção "Dama do Cabaré".
De sua extraordinária obra fazem parte sucessos eternos como: “Filosofia”, “Conversa de Botequim”, “Fita Amarela”, “Último Desejo”, “Com Que Roupa?”, “Feitiço da Vila”, “O Orvalho Vem Caindo”, “Três Apitos”, “Feitio de Oração”, “Palpite Infeliz”, “Gago Apaixonado”, “Prá Que Mentir?”, “Taí”, “As Pastorinhas”, “Onde Está a Honestidade”, “X do Problema”, “Tarzan (O Filho do Alfaiate)”, “Silêncio de Um Minuto” e mais uma enorme quantidade de geniais criações.
Noel faleceu em 1931, com apenas 26 anos, por decorrência da tuberculose.
Selecionei quatro gravações de suas canções
NOEL ROSA
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