O Papa João, Bloco 06/06 (final)
ARTS QA, POR CARLOS RUSSO
O Papa João
Bloco 06/06 (final)
Pode-se imaginar o imenso orgulho do menino pobre que, durante toda sua vida, enfatizara que nunca pedira um favor a ninguém e que encontrara consolo no pensamento de que tudo o que recebera fora providenciado por Deus, de forma que sua pobreza para ele se converteu em sinal evidente de sua vocação:
“Sou da mesma família de Cristo — o que mais posso querer? ”
Nunca deixou de ver nos protestantes os “pobres infelizes fora da Igreja” e chegou à convicção de que “todos, batizados ou não, pertencem de direito a Jesus”.
Quando idealizou, um ano antes de sua morte, o Concílio Vaticano II, João XXIII o fez "como um «novo Pentecostes» […]; uma grande experiência espiritual que reconstituiria a Igreja Católica" não apenas como instituição, mas sim "como um movimento evangélico dinâmico […]; e uma conversa aberta entre os bispos de todo o mundo sobre como renovar o Catolicismo como estilo de vida inevitável e vital".
Fruto do Concílio Vaticano II, surgiu “A Teologia da Libertação”, uma corrente teológica cristã nascida na América Latina, que parte da premissa de que o Evangelho exige a opção preferencial pelos pobres e especifica que a teologia, para concretizar essa opção, deve usar também as ciências humanas e sociais.
Sem dúvida, foi a “força da simplicidade audaciosa” que permitiu a João XXIII sua fé de “remover montanhas”.
Foi a mesma fé que inspirou suas palavras grandiosas no leito de morte:
“Todo dia é um bom dia para nascer, todo dia é um bom dia para morrer”.
Referências:
1. Jean Chelini, Jean XXIII, pasteur des hommes de bonne volonté. Paris, 1963; Augustin Pradel, Le “bon pape” Jean.
2. XXIII, Paris, 1963; Leone Algisi, John the twenty-third, trad. do italiano por P. Ryde, Londres, 1963;
3. Loris Capovilla, The heart and kind of John XXIII, his secretary’s intimate recollection, trad. do italiano, Nova York, 1964;
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