O RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM
ARTS QA LITERATURA CLÁSSICA
POR CARLOS RUSSO
O RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM.
Prezadas quartières,
O livro que hoje sugerimos é "O Retrato do Artista quando Jovem", de James Joyce.
Joyce empreende o resgate da consciência de sua “raça irlandesa” a partir de sua condição de “exilado”. Exilado da Pátria que ama e odeia simultaneamente, mas que traz permanentemente consigo, em seu refúgio em Trieste, na Itália. “Um retrato do artista quando jovem” é uma obra semi-autobiográfica, o “retrato” onde o autor escolheu fixar as impressões da infância, da adolescência e da juventude.
Stephen Dedalus, o narrador, é o alter-ego de Joyce, que carrega no coração todos os herois pátrios destroçados pela violência política e pelo moralismo opressor, como o líder separatista Charles Parnell. Carrega também o ódio ao opressor inglês e aos preconceitos de uma aristocracia protestante formalizada, minoritária e colaboracionista. Um ódio que provoca o escárnio e a ironia, voltados àqueles que cultuam a injustiça social e promovem o massacre dos pobres, através da violência, da prepotência e da ignorância, com que os dominados são mantidos sob rédeas. Finalmente, Stephan odeia também a hipocrisia do clero católico, e esta é denunciada como conivente aos dominadores.
Antes de tudo Joyce é um revoltado, cuja revolta surge do medo, da perplexidade e se expressa através da causticidade de uma ironia ímpar. A vida e toda a existência humana para ele nem mesmo chegam a ser sem sentido, pois ambos caminham inexoravelmente para um desastre, rumo ao abismo.
as ele se revoltará e o “artista quando jovem” refletirá, na revolta, o anseio por libertadade. A partir de então Stephan realizará uma verdadeira viagem íntima por descobertas, na incessante busca de sua própria consciência, independente dos preconceitos e dógmas religiosos. Nessa viagem Stephan, em sua epifania, perderá a fé católica e no Deus criador, terrível e onipotente. Ganhará na liberdade o direito de perder-se por sua conta e risco.
Não deixem de ler. é imperdível em seu gênero de "fluxo da consciência".
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