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Safo de Lesbos, primeira musa da civilização ocidental bloco 03/07



ARTS QA, POR CARLOS RUSSO

Safo de Lesbos, primeira Musa da Civilização Ocidental

Bloco 03/07

E por séculos e séculos depois sua morte, a irreverência revolucionária de Safo não pode ser esquecida pelos reacionários e pela sociedade machista!

Muito menos! Poetas “oficiais” como Ovídio não podiam aceitar que a cultuadora da beleza e do intelecto era uma autêntica homossexual e feminista e que amara ardentemente, platônicamente ou não, diversas de suas alunas!

Nos poemas de Safo, o amor sempre a despedaça. Um Eros que, na falta de asas, até mesmo rasteja.

Para ela paixão é impulso corporal! O amor é sempre o corpo que arde por outro e nele a alma não entra e nem habita.

“Atis, há muito tempo que já eu te amava,

Tu não eras para mim senão uma criança pequena e sem graça.”

Um dia, a amada se muda para outra escola de mulheres, uma concorrente da daquela fundada por Safo.

“Eros novamente arranca-me os membros e me atormenta.

Eros amargo e doce, monstro invencível, ó Atis:

Tu, farta de mim, tu te foste, voaste para Andrômaca”.

Eros, em Safo, nada tem de sua forma mística, nem mesmo chega a ter forma, é assim como uma força obscura que se insinua nos membros e nos desfaz, pois a paixão pode até enlouquecer.

“Escuta a tua voz tão suave

E esse riso encantador

Que enlouquece em meu peito o coração.”

(Continua na próxima semana)



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