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STÉPHANE MALLARMÉ



ARTS QA LITERATURA

POR VITOR HUGO

STÉPHANE MALLARMÉ

Poeta francês, integrante do movimento simbolista, Stéphane Mallarmé, nome literário de Étienne Mallarmé, nasceu em 1842, em Paris. Sua vocação literária foi desperta e impulsionada pela leitura das obras de Baudelaire e Edgard Allan Poe. Publicou os seus primeiros poemas em 1862 e chegou à celebridade de forma repentina, graças a Paul Verlaine e a J. K. Huysmans. O primeiro dedicou-lhe um artigo na obra Les Poètes Maudits (Os poetas malditos) e o segundo elogiou-o no romance À Rebours (Ao revés). A partir de então, foi reconhecido como um dos poetas mais eminentes da época.

Todos os poemas de Mallarmé representam um esforço para esgotar as formas poéticas tradicionais.

Durante a maior parte da vida, Mallarmé dividiu o seu tempo entre o círculo literário em Paris e o retiro de Valvins, perto de Fontainebleau, onde morreu, em 1898.

Dois poemas de Mallarmé:

BRINDE

Nada, esta espuma, virgem verso

A não designar mais que a copa;

Ao longe se afoga uma tropa

De sereias vária ao inverso.

Navegamos, ó meus fraternos

Amigos, eu já sobre a popa

Vós a proa em pompa que topa

A onda de raios e de invernos;


Uma embriaguez me faz arauto

Sem medo ao jogo do mar alto,

Para erguer, de pé, este brinde

Solitude, recife, estrela

A não importa o que há no fim de

Um branco afã de nossa vela.


BRISA MARINHA

A carne é triste e eu, aí! já li todos os livros.

Fugir! Fugir p’ra longe. Oiço as aves aos gritos

Ébrias na espuma ignota e sob o céu, em bando!

Nada, nem vãos jardins nos olhos se espelhando

Retém meu coração que se embebe de mar,

Oh noite! nem a luz da candeia a alumiar

O deserto papel que a brancura defende;

Nem mesmo jovem mãe que seu filho amamente.

Hei-de partir! Vapor em marítimas crises,

Iça o ferro e faz rumo a exóticos países.


Um tédio triste, em cruel e inútil esperar,

Crê no supremo adeus dos lenços a acenar.

Que os mastros, porventura, atraindo presságios,

São os mesmos que um vento inclina nos naufrágios.

Soltos no mar, no mar, sem ilhas nem esteiros.

Mas ouve, coração, cantar os marinheiros.





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